
Um "respiro" de saudade entre Sorocaba e Votorantim
Celso Marvadão
Votorantim comemora neste dezembro 58 anos de emancipação, e um dos pontos curiosos que unem as duas cidades é este antigo marco no meio do caminho. Não se trata de um sinal divisório, mas de um "respiro" da adutora que vem de Itupararanga, instalado entre o Parque Bela Vista e o Campolim. Às vezes, do alto jorra água que corre pelo asfalto da avenida Gisele Constantino.
Na verdade, o equipamento foi colocado ali como uma "válvula de segurança" contra o fenômeno do chamado "golpe de ariete", para evitar que a pressão da água arrebente a rede local.
Na época, o local ainda era Estrada do Quiló, época em que se construiu a terceira adutora, de 350 mm, vinda da Serra de São Francisco até o reservatório do Cerrado, em 1938, um percurso de 14 km. Votorantim ainda era distrito e a região hoje chamada de Campolim contava apenas com algumas atividades agropecuárias.
Em 1965, quando da instalação de Votorantim, o chamado Termo de Emancipação garantiu que a vizinha cidade continuasse a fazer "sangrias" na adutora sorocabana, para poder abastecer sobretudo as residências do Parque Bela Vista.
O "respiro", hoje dentro da zona urbana, ficou assim como uma curiosidade entre as duas cidades, resistindo ao tempo. Às vezes, ele entra em funcionamento.Não é desperdício de água, é garantia de manutenção das redes.
A foto antiga é de 1950, de Adipe Barbieri, e pertence ao acervo do Museu Histórico Sorocabano, A foto atual, com a água jorrando, é do jornal Cruzeiro do Sul.